As orientações médicas sobre as crianças poderem dormir na cama dos pais não é consenso, as divergências podem ser culturais e pessoais, mas em geral após o primeiro ano de vida é importante que as crianças tenham seu próprio espaço.

A partir de seu primeiro ano de vida uma criança é capaz de compreender que ela é um ser separado da mãe, e ter seu próprio espaço propicia à criança essa vivência concreta, o que a ajudará a desenvolver as habilidades necessárias a lidar com seus medos, angústias e responsabilidades.

Não há um espaço certo, desde que seja apenas da criança, podemos ter desde um quarto exclusivo a um colchão no chão ao lado da cama da mãe, ou se necessário, partilhar a cama com outra criança. O mais importante é deixar claro que o espaço do adulto é do adulto.

A criança que dorme com os pais pode apresentar diversos problemas: tendência a se manter infantilizada, com medo de tudo e todos, fala e comportamentos próprios de crianças menores, dificuldade de alfabetização e socialização, comportamento inapropriado sem reconhecimento do mesmo, entre outros.

Essas questões costumam incomodar quando a criança vai para a escola e passa a ser exigida quanto à regras e desempenho. É quando os pais são chamados à escola.

Os pais tem medo de errar nos cuidados com os filhos, muitos não conseguem ouvi-los chorar, se sentem “malvados” e “inadequados”, mas a verdade é que devem criá-los para viverem no mundo tal como é, que traz demandas e frustrações a todos.

É importante que avaliem como estão instrumentalizando suas crianças a viverem sozinhas no mundo, porque em algum momento é o que vai acontecer. Trabalhar para mudanças no comportamento das crianças exige cada vez mais, na medida em que crescem e se desenvolvem.

Quanto mais jovens forem orientadas a lidar com frustrações (o “não”) menores serão as dificuldades futuras em seu processo de educação, no relacionamento com os pais e com outras pessoas.

Monica Gonçalves de Melo Teixeira

Monica Gonçalves de Melo Teixeira

Psicóloga e Psicoterapeuta Sexual (CRP 06/81984)

Atendo adolescentes, adultos e casais, com diversas dificuldades, sobretudo queixas sexuais. Gosto de aprender e compreender sobre o mundo, conexões e inter-relações coletivas e individuais. Tenho paixão pelo que nos constrói e o que construímos nos variados campos, e um profundo respeito pela Psicologia.

Outros textos da autora

Gostou do texto? Compartilhe!

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn
Compartilhar no telegram
Telegram
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no email
Email

Outros textos...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

9 + 2 =